quarta-feira, 14 de julho de 2010

Morfologia das angiospermas

1. Germinação da semente

Após a liberação da semente pelo fruto, inicia-se o processo de germinação, desde que as condições do ambiente estejam adequadas às necessidades daquela espécie. Existem sementes que necessitam de uma determinada quantidade de água e temperatura; há sementes que só germinam na presença de luz, outras em ambientes sombreados, entre outras condições. Geralmente, as sementes podem permanecer dormentes quando as condições para a germinação não são adequadas.
O embrião começa a utilizar as reservas nutritivas da semente assim que a germinação se inicia.



O endosperma é uma formação que existe na semente de milho, mas não se observa no feijão. O que ocorre durante a formação da semente de feijão é que o endosperma é dirigido pelo embrião e os nutrientes são transferidos pra outra estrutura, os cotilédones, que passam a atuar como estruturas de reservas.
No milho o cotilédone único não armazena material nutritivo do endosperma. Tanto o endosperma quanto o cotilédone ficam evidentes na semente como estruturas individualizadas.
Em muitas dicotiledôneas os cotilédones saem da terra junto com a planta em formação e, à medida que a planta se desenvolve, eles vão diminuindo de volume. Os cotilédones vão murchando, pois o material nutritivo que contêm vai sendo utilizado pelo embrião. Quando os cotilédones murcham completamente e caem, a nova planta já tem raízes, caule e folhas verdes suficientes para poder nutrir-se independentemente deles.

2. A raiz


Embora a maioria das raízes seja subterrânea, existem as raízes aquáticas e as aéreas.



As raízes de plantas quem vivem fixas ao solo são em sua maioria subterrâneas e têm a função de fixação da planta ao solo. As raízes aquáticas são encontradas em plantas que normalmente flutuam na água; não têm função de fixação da planta. Ambas têm uma função comum: a absorção de água e sais minerais.
As raízes aéreas: pertencem a plantas epífitas, que se desenvolvem em troncos e galhos de árvores. Elas são importantes para a fixação da planta à hospedeira, mas também retiram água e sais minerais que se acumulam entre elas e o tronco que as suporta.



Em epífitas as raízes crescem em direção ao solo, onde se ramificam. Muitas vezes essas raízes enrolam-se ao tronco da hospedeira que, ao crescer em espessura, acaba sendo comprimida; a circulação da seiva bruta é impedida, podendo causar a morte da planta hospedeira.

Certas espécies de plantas vivem sobre indivíduos de outras espécies e possuem raízes que penetram no corpo da planta hospedeira e dela retiram nutrientes. Nesses casos, fala-se em planta parasita. Não é o caso das epífitas. Exemplo de planta parasita é o cipó-chumbo. Ele se fixa sobre plantas de outras espécies e produz raízes finíssimas, chamadas haustórios, que penetram nos tecidos condutores de seiva da hospedeira e retiram nutrientes.

O cipó-chumbo é o dos hemiparasitas (semiparasitas), caracterizado por possuir partes verdes e realizar fotossíntese. Esse é o caso da erva-de-passarinho.
Raízes formam-se a partir de uma região especial situada junto à porção inferior do caule; não se formam a partir de caules ou de folha, isso pode ocorrer e, nesse caso, as raízes são chamadas adventícias.

Raízes adventícias atuam como estruturas auxiliares de fixação da planta ao solo, também conhecidas como raízes suportes.

Nos manguezais, os sedimentos são pobres em oxigênio e cobertos periodicamente pelas marés. Plantas que ali vivem possuem um tipo especial de raiz que permite o contato com o ar. Essas raízes emitem raízes secundárias que crescem verticalmente para fora do substrato, obtendo melhor aeração. Elas são chamadas pneumatóforos e possuem orifícios de aeração, chamados pneumatódios.






2.1. Raiz subterrânea e suas funções

As raízes das angiospermas distribuem-se por dois sistemas radiculares diferentes:
• o sistema ramificado: próprio faz dicotiledôneas;
• o sistema fasciculado: próprio das monocotiledôneas;
A figura a seguir mostra com mais detalhes e de forma esquemática um sistema radicular ramificado, típico de dicotiledôneas




Nesse sistema existe uma raiz principal, também chamada pivotante ou axial, da qual partem raízes secundárias. As raízes secundárias possuem as mesmas regiões que a raiz principal ou pivotante alem de permitir uma melhor exploração do solo por parte da planta, auxiliar na sua fixação.
A zona pilífera é a região onde ocorre a absorção de água e sais minerais do solo.
A região lisa é a principal região de crescimento da raiz, em comprimento.
A região meristemática é uma região frágil e protegida por células diferenciadas que formam uma estrutura com aspecto de capuz, chamada coifa.
Em plantas monocotiledôneas adultas, não se reconhece uma raiz principal, o que dá ao sistema um aspecto de feixe ou cabeleira. Essas raízes são adventícias.
As raízes podem armazenar material de reserva, construindo as raízes tuberosas. Isso ocorre geralmente no sistema ramificado, tento na raiz principal quanto nas secundárias.




3. O caule

O caule é a parte da planta que sustenta as folhas. Ele se forma a partir de um meristema apical situado no embrião e que dá origem na planta adulta, a gema apical.
Além da gema apical existem as gemas laterais, que permitem a ramificação. Cada ramo terá uma gema apical e outras gemas laterais.
A região do caule que contém as gemas laterais compõe os nós, e o intervalo entre um nó e outro é chamado entrenó. O crescimento em comprimento do caule ocorre principalmente pelo aumento das células dos entrenós mais próximos do ápice das plantas.
A presença de gemas caracteriza o caule e permite distingui-lo da raiz, pois esta não as possui.
As gemas também dão origem às folhas e às flores.
Tipos de caule
• Caules aquáticos: os caules de plantas aquáticas geralmente são clorofilados, realizando fotossíntese. Costumam possuir um tecido rico em espaços onde há retenção de ar, o aerênquima, importante para a respiração e para a flutuação.
• Caules subterrâneos: os caules subterrâneos são de três tipos, como mostram as figuras a seguir:




O rizoma cresce mais ou menos paralelamente à superfície do solo, mas dentro dele. Do rizoma partem folhas em direção à superfície, como acontece com a bananeira. Nessa planta, as bainhas das folhas formam um pseudocaule, isto é, assumem em conjunto aspecto de caule. Exemplo de rizoma a vitória-régia



O tubérculo caracteriza-se por ser um caule que armazena grande quantidade de material de reserva. Um dos principais exemplos é a batata comum, também conhecida como batata-inglesa (Solanum tuberosum).
O bulbo é uma estrutura formada por uma parte basal, o prato, que corresponde ao caule bastante reduzido, de onde partem numerosas folhas modificadas, os catafilos. Estes catafilos podem ser:
• secos: catafilos de produção.
• suculentos: catafilos de reservas.
Um bom exemplo de bulbo é a cebola, que apresenta catafilos suculentos. O alho é um bulbo complexo, sendo cada “dente” considerado um pequeno bulbo simples suculento.



• Caules aéreos:
Os caules aéreos podem ser de três tipos:
 eretos: quando conseguem sustentar-se sem apoio;
 volúveis: quando se enrolam em um suporte;
 rastejantes: quando vivem diretamente sobre a superfície do solo




Os caules mostrados nas figuras são eretos e apresentam nomes de acordo com suas características:
• tronco: o que apresenta ramificações, nós e entrenós pouco evidentes. Exemplo: mangueira.
• estipe: não se ramifica, possui nos e entrenós bem de evidentes e suas folhas situam-se na extremidade do caule. Exemplo: palmeiras.
• colmo: geralmente não se ramifica, possui nós e entrenós bem evidentes e folhas geradas a partir das gemas laterais. Exemplo: cana-de-açúcar; bambu, que pode apresentar pequenas ramificações.
O estipe diferencia-se do colmo porque é maior e mais espesso.
Os caules volúveis são representados pelos caules de trepadeiras.
Quanto aos caules rastejantes, dois bons exemplos são o da aboboreira e o do meloeiro. Muitas vezes os caules rastejantes podem enraizar de espaço em espaço, sendo então chamados de estolhos ou estolões.




• Caules modificados: alguns caules apresentam modificações e realizam funções específicas, não típicas de caules.



As fotos mostram duas modificações ou adaptações do caule: os espinhos, que são formações pontiagudas e atuam como defesa para a planta, e as gavinhas, filamentos enrolados que auxiliam na fixação.
Os cactos possuem espinhos. Esses espinhos são adaptações de folhas e não de caule. Os caules dos cactos são achatados, permanecem verdes por toda a vida da planta e realizam uma importante função, que normalmente é realizada pelas folhas: a fotossíntese. A modificação das folhas em espinhos é uma adaptação dessas plantas a ambientes onde há restrição de água, pois a transpiração foliar é reduzida devido à sua pequena área de superfície.



Formações pontiagudas desenvolvidas em certas plantas são os acúleos. Eles não são espinhos; são formações da epiderme do caule, podendo ser facilmente destacados.
A rizófora ou mangue-vermelho possui estruturas que partem do caule e se dirigem para o solo, participando da sustentação da planta no sedimento instável. Essas estruturas assemelham-se a raízes na sua aparência e soa chamados rizóforos. Os rizóforos são ramificações especiais do caule dessas plantas, e não raízes.
Outras modificações especiais dos caules são os xilopódios, os cladódios e os filocládios.
Os xilopódios são caules tuberosos, subterrâneos, comuns em certas plantas do cerrado e também na maniçoba, uma planta comum na caatinga e da qual se extrai borracha. Os xilopódios armazenam água e outras substâncias de reserva, sendo adaptações de certas plantas a ambientes de restrição de água, como a caatinga e o cerrado.
Cladódio e filocládio são expressões utilizadas para designar certos tipos de caules cujo formato lembram folhas, o que é comum em certas espécies de plantas que vivem em ambiente com restrição de água e possuem folhas reduzidas, modificadas ou ausentes.

4. As folhas

A maioria das folhas é aérea, mas existem algumas que são aquáticas e outras que são subterrâneas.



• As folhas submersas são filamentares.
• As folhas flutuantes são arredondadas.
• As folhas aéreas são amplas e sagitiformes (aspecto de seta).
A ocorrência de diferentes tipos de folhas em uma mesma planta tem o nome de heterofilia.
As funções básicas das folhas são fotossíntese e transpiração, processos favorecidos por uma superfície ampla como geralmente é o limbo da folha.
Em plantas de ambientes muito secos e quentes, é muito comum a ocorrência de plantas com folhas pequenas ou atrofiadas; elas captam a energia luminosa e controlam as trocas gasosas, porém têm a transpiração excessiva evitada.
Geralmente, as dicotiledôneas apresentam pecíolo unindo o limbo ao caule; as monocotiledôneas apresentam bainha (folhas invaginantes).
As três partes da folha, bainha, pecíolo e limbo, raramente estão presentes em uma mesma folha.
Na folha de cinamomo o limbo é dividido em partes. Cada uma das partes em que se divide o limbo chama-se folíolo. Folhas como essas são chamadas compostas, em contraste com as folhas de limbo indiviso, chamadas simples.



A falta de limbo é excepcional e, quando ocorre, ele pode estar substituído pela expansão de outras partes da folha. É o que acontece, por exemplo, com a planta de ervilha, onde são as estípulas que se desenvolvem.
Na mimosa (Acacia), o desenvolvimento é do pecíolo, que assume aspecto de limbo e recebe o nome de filódio.



Uma curiosa modificação de folha é a que ocorre em plantas carnívoras.
Essas plantas geralmente exalam odores que atraem principalmente insetos. Quando pousam sobre as folhas, os insetos podem ser aprisionados.
No gênero Nepenthes, a folha desenvolve uma urna (ascídio) que contém pêlos em suas paredes internas. Esses pêlos permitem a entrada, mas não a saída dos insetos que ficam presos no interior do ascídio e acabam sendo digeridos por enzimas produzidas pela folha.



No gênero Drosera, as folhas apresentam estruturas que lembram pêlos avermelhados: elas secretam uma substância adesiva que prende os animais pequenos que andam em cima das folhas.

Nomes: Pamela, Bruna e Kélen Turma: 304

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